terça-feira, 4 de junho de 2013

Mal verdadeiro!! (Por Japa)

Quando me deito para dormir ainda não consigo acreditar em tudo que aconteceu, o mal que conhecia não passava de brincadeira perto deste pesadelo. O verdadeiro mal, o horror e a loucura daqueles que presenciam a sua verdadeira face.
O dia amanhece, cinza e sombrio como se a noite reinasse, há muitos dias não vejo o sol, as sombras tomam formas distorcidas e parecem vivas, já os vivos a essa altura nem tanto. Ao inicio da tarde enquanto conversávamos na taverna um grito estridente congela os nossos corações, a adrenalina desperta meu corpo como um choque e corro naquela direção, os bons forasteiros me seguem e ao dobrar uma esquina nos deparamos com a cena improvável, na pouca luz do dia uma figura mascarada havia desferido um golpe com sua lamina em uma de nossas jovens e ao perceber nossa presença foge entre as sombras buscando nos despistar, os forasteiros buscam o agressor enquanto socorro a jovem, estabilizo sua feria e a abrigo na casa de Piere, o lenhador, procuro pelos forasteiros pela cidade e os encontro próximo a residência da nobre família Tarascon. Luc o garoto perdido está com o grupo. Algeryth afirma que os rastros levam ao porão da residência e decidimos entrar. A tranca impossibilita nossa entrada, e faço uso de minha maça para destruir as dobradiças. Entramos e vasculhamos até encontrar novos rastros, a escada nos leva até o interior da casa que parece abandonada, mais não completamente, algumas marcas recentes nos mostram o caminho do suspeito, chegamos os aposentos do segundo andar, tudo em silêncio, no primeiro quarto a Anastasia encontra um compartimento secreto, e dentro dele: alcaçuz vermelho (o mesmo encontrada nas cenas dos crimes) e um pergaminho com profecias perturbadoras. Luc começa e entonar frases desconexas ao ver o pergaminho, o que deixa o clima ainda mais sombrio, seguimos em direção ao outro aposento, que parece vazio, até que de uma sombra salta o agressor, e desfere um ataque causando um profundo ferimento. Antes de seu próximo ataque, ele tira o capuz, é Jean, com os olhos tomados pela loucura resmungando sobre o nosso envolvimento, entramos no quarto para conter o agressor e em poucos instantes ele vai ao chão, enquanto contenho meus companheiros, Jean desfere um ultimo ataque contra mim e desmaia exausto e ferido. Amarramos e encapuzamos Jean novamente para evitar os olhos dos curiosos que nos aguarda do lado de fora. Acalmo a população dizendo que o assassino a semanas procurado está capturado e que nada mais devem temer. Ele é encarcerado fica aos cuidados do chefe da guarda Gremin, e enquanto aguardamos recobrar a consciência para ser interrogado seguimos para a taverna onde nos recompomos e discutimos o caso. Tudo parece bem ao inicio da noite com exceção do clima, e em meu peito um sentimento de culpa não me deixam relaxar, os forasteiros discutem sobre investigar ou não as profecias do pergaminho que para mim causa ainda mais apreensão, peço para que as investigações não sejam feitas a noite, e com o coração apertado resolvo contar uma lamentável fato ocorrido há semanas envolvendo os irmãos Tarascon.
 “Não mais de 3 semanas Jean bateu em minha porta com seu irmão Marcel, ferido de morto, poucos recursos tinha para salva-lo, e fiz o possível, usando de um pergaminhos para invocar um feitiço de grande poder. Conhecia os riscos e ao fazer algo deu errado, a magia não funcionou e não pude salva-lo. Jean  pegou o corpo de Marcel e antes que pudesse questionar o que havia ocorrido ele fugiu, desde então não havia visto, seu irmão Luc, o garoto perdido foi encontrado no dia seguinte perdido em frases desconexas, agora poderei entender o que aconteceu quando Jean recobrar a consciência.”

Antes que pudesse acabar de falar a tempestade que há muito se anunciava despenca do céu, e o chefe da guarda invade a taverna com um semblante ensandecido e antes de cair ao chão grita “os mortos voltaram a caminhar”. Um pesadelo se torna realidade, ao olharmos para fora vemos figuras grotescas por todo o vilarejo, as profecias do pergaminho se mostraram reais, e tudo que temos nos leva ao antigo cemitério. Nos esgueiramos pelo vilarejo, a tempestade violenta nos atrasa e com dificuldade chegamos ao muro externo do cemitério, conseguimos entrar, ao longe vemos mortos saindo de suas tumbas e gritos ecoam de toda vila, na parte mais antiga encontramos um símbolo descrito no pergaminho em uma das criptas, dentro apenas marca de sangue seco e sinais recentes de luta. Resolvemos investigar o mausoléu da família Tarascon, e o terror nos toma ao arrombar a entrada. Marcel com o rosto apodrecido e deformado nos recebe, ele não está só, quatro outros mortos vivos investem em nossa direção, busco minha fé em meio ao pesadelo e a culpa que me atormenta me impede der expulsar este mal, o clérigo Astan se impõe e força 3 das criaturas a recuar, nos engajamos em combate com contra Marcel e o outro poderoso zumbi. Marcel faz uso de feitiços profanos e mata seu irmão Luc, Algeryth o fere com um flecha, mas seu ataque só aumenta seu ódio, seu terror se vira ao ranger e com um único feitiço o mata. Tenho uma visão do espírito de Luc, o corpo do ranger começa a sofrer espasmos e o mago atira para evitar uma transformação de seu amigo morto. Com dificuldade vencemos o zumbi e neste instante um relâmpago destrói a cúpula de vidro do mausoléu.  Marcel parece entrar em transe ao ver a lua agora vermelha que começa a se esconder na escuridão, e nos aproveitando do momento, desferimos o ultimo golpe e o corpo de Marcel cai, a tempestade misticamente se desfaz, a adrenalina abaixa e nossos corações se acalmam, minha mente ainda acelerada não consegue acreditar no acontecido. O restante da noite foi passada tentando diferir essa nova realidade, mais 2 corpos de moradores foram encontrados e para evitar uma maior histeria entre as pessoas tentamos amenizar os fatos. O sol volta ao seu lugar no dia seguinte, Luc e os demais são enterrados, mais acredito poder fazer algo pelo bravo ranger abatido pelo mal, me preparo com orações e busco forças para invocar um poder maior, entre minha coleção de pergaminhos tenho um feitiço capaz de dar a vida novamente ao elfo. Meu receio desta vez não é maior que minha fé, nos dias seguintes a vila volta ao normal, as pessoas parecem bem em sua bendita ignorância, mais quem viu tamanho horror não esquece, e duvido que um dia as noites voltem a ser agradáveis, este lugar onde passei bons momentos não mais me conforta, não me sinto mais em casa. É hora de partir, pode haver outros lugares que precise de minha ajuda, e onde minha maça não servir, minha fé renovada subjugará o mal (assim espero).   

Shaman Brucian, ex-pároco de Marais d'Tarascon.

Um comentário: