No dia seguinte, quando consegui
recobrar a consciência, tomei conhecimento dos acontecimentos recentes e,
incrédulo, pensava que mal tão grande poderíamos ter feito para merecermos essa
maldição. Primeiro mortos vivos e agora, presos num deserto, múmias e deuses
das trevas!
Bem,
não podemos ficar neste lugar para sempre, então saímos para conversar com
Dulciméia, pois ela nos aguardava para ler as cartas e tentar esclarecer algo
sobre nosso incerto futuro. E as cartas, de forma muito nebulosa, nos deram as
pistas que precisávamos para iniciar nossa jornada.
Com
essas visões, sabíamos que ainda nos restavam quatro noites até a noite de Toth, quando o verdadeiro
faraó deve pela sétima vez retornar e também que o mal que assolava este lugar não advinha dele, mas
de seu servo, que pretende tomar seu lugar, com a ajuda de alguém da nossa
confiança (sim, há um traidor entre os nossos). Começamos a procurar
informações sobre os servos do faraó e precisávamos ir aos seus sepulcro. Enquanto
isso, a elfa buscava informações quando, em um determinado momento, se
encontrava na entrada proibida do salão de Anubis. Não se contendo, abriu a
porta e nada mais havia a não ser escuridão absoluta...ou pior, de repente dois
olhos vermelhos brilharam e o ar da morte trouxe o pavor ao rosto da elfa. Em
desespero, fugiu, esquecendo a porta aberta. Quando retornava, viu Isu descendo
as escadas e se escondeu novamente. Isu, ao ver a porta escancarada, voltou
rapidamente e abriu uma porta secreta e, com alivio, viu que ainda estava no
seu devido lugar algo que ela muito prezava em manter oculto.
Na
mesma tarde, saímos para procurar os 2 irmãos ciganos desaparecidos, mas nossa
jornada não foi muito longa e tão pouco produtiva. Assim que iniciamos nossa
busca, no fim do dia, novamente apareceu aquela criatura, sedenta por morte e
agora nossas perdas foram ainda maiores, os três irmãos ciganos foram levador
pelas criaturas que caminhavam por baixo da terra e o foco do ataque era
Dulciméia. Em meio àquela batalha tentando salvar nossas vidas, uma criatura
quase atingiu minha perna, levando em suas garras parte de minhas vestimentas,
por pouco não perdemos também Shaman Brucian. Mas o objetivo inimigo foi alcançado, pois, mesmo com todo nosso
esforço, acabaram por aprisionar e levar Dulciméia e deram as costas ao nosso
grupo como se não oferecêssemos qualquer ameaça. Um novo resgate deveria
acontecer, mas fica mais uma incógnita, por que eles queriam a cigana?
A
noite passou relativamente tranquila mas, ao amanhecer, tivemos duas surpresas,
nenhuma agradável: durante a noite houve um assassinato e no local deixaram o
pedaço de pano de minha roupa para nos incriminar, todos os vilarenhos estavam
indignados e queriam nos atacar a qualquer custo, pois acreditavam sermos nós
os assassinos. Para piorar, Isu nos expulsou do templo, pois sabia que havíamos
entrado na sala que ela nos proibiu. Com esforço, ela conseguiu conter as
pessoas para que não nos atacassem, mas agora estamos sem qualquer apoio e
temendo que essas pessoas não esperem o desfecho dos acontecimentos e queiram
vingar seus mortos à custa do nosso sangue.
Nossas
opções diminuíam a cada momento e decidimos esperar o cair da noite para dar
nossa cartada final. O plano era entrar pelo teto do templo para tentar pegar
os pergaminhos de Isu, pois estávamos certos que ela estava envolvida
diretamente com os acontecimentos. Para onde teria levado Dulciméia? Ela e seus irmãos ainda
estariam vivos? Pouco tempo se passou e obtivemos nossa resposta. Quando nos
encaminhávamos para a execução de nosso plano, apareceu para nos guiar, vinda
do além, Dulciméia, mas ela já não caminhava como os vivos, parecia estar
flutuando..a essa altura acreditava que nada mais me surpreendesse, mortos – vivos,
múmias e agora o fantasma da cigana. Ela apontava para a porta principal do
templo, como que em um suplício para que entrássemos, então subimos até a
passagem aberta no teto, enquanto o mago chamava por Isu na entrada da frente,
a fim de distraí-la enquanto invadíamos o templo.
O
tempo era nosso inimigo e parecia voar, mas a porta não se abria, foi então que
a elfa se prendeu a uma corda e decidiu descer um pouco para ver como estava o
local. A ideia era uma ação silenciosa e discreta, mas ao contemplar o que
estava no altar do templo, certamente o plano falharia... ajoelhada em frente
ao altar estava Isu, semi nua, com o corpo todo banhado em sangue, sangue de
Dulciméia! Em cima do altar estava o que aparentemente sobrou da cigana, suas
roupas, em um ritual que nada tinha a ver com a fé no deus Osíris. Aterrorizada com a cena, a elfa tentou sem sucesso subir se agarrando à corda, o que
chamou a atenção de nossa inimiga, a traidora Isu. Ainda resta uma noite para o
retorno do filho do Sol, mas será que estaremos vivos quando esta chegar? Como
a sacerdotisa foi capaz de abandonar seu deus e se juntar ao (valete) para
destronar Anhktepot?Escrito por Gelmir Tasatir (Samir)